sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Histórias do Universo 25
I - O comandante que se apaixonou por uma inteligência artificial
( Parte 4 de 4 )

Solo juntou-se ao seguranças da nave na procura por indícios de ionização ou de um teletransportador.
No centro médico, a dra Wolzin não sabia o que fazer com NIA.
dra Wolzin: Sra Troy,  toda ela é tecnologia muito além dos meus conhecimentos. Sabemos que faltam componentes, que estão a escorrer líquidos corporais lá dentro, e que as nanites estão todas desligadas, como se faltasse um centro de comando.
Troy: Não é possível que ela esteja em modo de auto-reparação?
dra Wolzin: Sem nanites? Mesmo que nos devolvam as componentes que faltam, duvido!
Troy: Assim que tivermos acesso a comunicações eu falo com o imperador.

Todas as cabines e zonas de carga foram investigadas. Não haviam sinais de ionização em lado nenhum.
Solo: Como é que alguém consegue esconder a ionização? É possível que o teletransporte tenha sido feito de fora da nave?
Chefe de segurança: Não tenho explicações para isto. Tecnologia proibida, uma andróide ultra avançada morta, e um espelho com uma mensagem. Somos uma tripulação nova, esta é a nossa primeira missão. O ataque foi demasiado específico. Só pode ser de alguém que a conhecia, ou sabia o que ela era.
Solo: continuem sem mim. Acabaste de me dar uma ideia.
Solo correu para a ponte de comando.
Solo: Subcomandante. Posso falar consigo?
McNerd: Sim capitão, que se passa?
Solo fez-lhe sinal com a cabeça na direcção da sala de reuniões. McNerd percebeu e foram ambos para lá.
McNerd: Que se passa capitão?
Solo: preciso de acesso às fichas pessoais da tripulação.
McNerd: Podias ter pedido isso ao chefe de segurança.
Solo: Preciso de uma autorização de subcomandante.
McNerd aproximou-se de um computador e deu-lhe a autorização.
McNerd: Agora posso saber porquê?
Solo: Porque o criminoso sabia onde atingir NIA.
McNerd: E?
Solo: Eu sei onde existe o único esquemático holográfico de NIA no universo.
Solo não precisou de muito tempo para ter um suspeito. Chamou os seguranças da nave e com eles dirigiu-se à sala das máquinas de propulsão.
Solo apontou o dedo a um dos técnicos, e os guardas apanharam-no. Solo aproximou um analisador perto dele.
O técnico chefe aproximou-se.
Técnico Chefe:Que se passa?
Chefe de segurança:  Este homem é suspeito do uso de um teletransportador para uso letal.
Técnico Chefe: Ele passou a viagem toda aqui.
Solo: Tem alguma explicação para ele ter ionização-T nas mãos?
Técnico-Chefe: Ionização-T? Valham-nos os deuses do universo!
Solo: Não dizes nada Saúl?
Saúl: Não tenho nada a dizer. Só falo com um defensor!
Solo: Defensor? Tu tentaste assassinar a namorada do comandante.
Saul riu-se.
Chefe de segurança: Prendam-lhe as mãos e revistem-no.
Solo abriu o cacifo de Saúl Ardal e encontrou um teletransportador portátil, escondido dentro de uma bota.
Saúl foi preso, o escudo da nave desligado e Troy usou um comunicador para falar com o imperador.
Saúl Ardal servia no palácio Imperial em Achenar239, quando NIA confiou o seu esquemático holográfico ao imperador. Esteve em várias equipas que analisaram tecnologia encontrada nas missões de exploração espacial. Aceitou a missão no cruzador "porque precisava de espairecer".
Muito mais tarde, percebeu-se que Saúl tinha sofrido uma lavagem cerebral por um grupo de fanáticos que se intitulavam DRH (Defensores da Raça Humana), para quem as relações de seres humanos com seres não humanos era vista como uma aberração a ser abatida. Saúl teletransportou partes do interior de NIA para o espaço... Essas partes nunca foram encontradas.
O imperador revelou a Troy que a tecnologia de NIA era tão avançada que provavelmente só dali a várias dezenas de anos se conseguiria gerar uma IA semelhante, e só dali a várias centenas de anos se conseguiria criar um andróide como NIA.
O cruzador regressou a Júpiter, comandado por McNerd.
 Lagrange passou a viagem toda frente a uma inanimada NIA.
 Troy e Solo desistiram das férias em Ria e também regressaram no cruzador.
À chegada Lagrange pediu ao imperador que lhe desse uma pequena frota para que pudesse procurar no universo uma solução para NIA.
O imperador hesitou, mas acabou por ceder.
NIA foi colocada numa caixa de cristal, a bordo do cruzador de Lagrange.
Na tripulação dessa frota foram colocados homens escolhidos a dedo por homens da confiança do imperador.
Homens que um dia referir-se-ão a Lagrange como "o comandante que se apaixonou por uma inteligência artificial".

Semanas mais tarde, Troy encontra o Imperador a olhar para um holograma de NIA.
Troy: Tem saudades dela?
Imperador: Sabes como sou eu e raparigas bonitas.
Troy: Ela não era uma rapariga bonita qualquer.
Imperador: Não. Tu também não.
Troy: Lagrange adorava-a.
Imperador: Se há alguém no universo capaz de tudo para a trazer de volta, é ele.
Troy: Como foi que Lagrange o convenceu a dar-lhe uma frota?
Imperador: Disse-me que queria consultar os peritos do maior império do universo, e se não obtivesse solução, que iria regressar ao local onde conheceu NIA.
Troy: Isso é possível?
Imperador: Aprendi a nunca subestimar a capacidade de engenho de um louco.
Troy: Infelizmente, desta vez eu não sou muito optimista.
Imperador: Ah não? Posso saber porquê?
Troy: Ambos sabiam que um dia iriam separar-se.
Imperador: Confias em mim Troy?
Troy: Sim, o senhor sabe que sim.
Imperador: NIA vai voltar à vida.
Troy: Porque é que me diz isso com tanta certeza?
O Imperador sorri, responde:
-Confia em mim
E afasta-se...
Troy olhou para o holograma de NIA, desligou-o.
Troy: Boa sorte David...


Acabou?











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