quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

As aventuras de Capitão Lagrange
Capítulo IV
Os Piratas
( Parte 6 )

Continua daqui. Pode ver um resumo da história até agora aqui.

Assim que o Dr. Ross se afastou, Rui dirigiu-se discretamente a uma cabine que havia sido tornada numa sala para descanso dos médicos, pegou no seu comunicador móvel e ligou a Natália.
Natália tinha tirado as luvas e estava a limpar as mãos.
Glorie estava sentada a auscultar NIA, que dormia.
O seu comunicador móvel começou a vibrar.
Natália, pega no comunicador e vira-se para Glorie.
– É o doutor Matos.
– Atende. Deve ter informações sobre o David.
“Sim? Olá Natália. Como estão as coisas por aí?”
“Por aqui, já fizemos o nosso trabalho. A rapariga adormeceu. E por aí, como está o senhor Lagrange?”
“Está cheio de hematomas, vários orgãos danificados... em suma, não está muito melhor do que quando o vimos pela primeira vez.”
“As nanites dele não funcionam?”
“Ele tem o organismo infectado por aquelas bactérias que afectam nanites, mas uma versão nova. Não conseguimos usar o nosso equipamento electrónico nele. Tivemos de recorrer ao equipamento de radiação. Fomos proibidos de lhe administrar antibióticos.
Diz à Glorie que o chefe desta vez vai tratar dele pessoalmente, e restringiu a lista de pessoal que terá acesso a ele, à equipa 3. O paciente foi mandado lá para cima..”
“Está bem, eu digo...”
“E Natália... um beijo para ti”
Natália desligou o comunicador.
– E então?
– O sr. Lagrange foi mandado lá para cima. O dr. Ross restringiu o acesso ao paciente equipa 3.”
– Acesso restrito?
Glorie parou alguns minutos para pensar.
– E como é que ele está?
– O doutor parecia um pouco agitado..
– Não, o David!
– Ah.. O dr. Lagrange “não está muito melhor do que quando o vimos pela primeira vez”, está infectado com batérias que afectam nanites, mas o Dr. Ross proibiu a administração de antibióticos.
– Devem ser das que abandonam o organismo sozinhas, não te preocupes. Assim que as protaneras estiverem em minoria, o David recupera rapidamente. Não me agrada é a ideia de o Dr. Ross ter acesso àquelas nanites.
– Bem Dra. Boavida... Temos uma frota de piratas sobre as nossas cabeças...tem mesmo de pensar nas nanites?
– Aquelas nanites são ... ela – Respondeu Glorie apontando para NIA.
– Desculpe... agora não percebi.
– Ela originalmente era uma IA que servia de interface e geria as nanites do David. Foi transferida para este corpo que ela tem agora, deixando as nanites a ser geridas por algo diferente.
– Uma IA a gerir nanites? Tipo... uma voz interior?!
– Sim.
– Isso é de doidos!
– Sim Natália, é! Aquilo é tecnologia que veio do futuro do Dr. Ross, tal como eu, e modificada por seres mais avançados que qualquer um de nós aqui.
– Como é que sabe isso tudo? O sr. Lagrange pode ser seu bisavô mas...
– Como eu disse... ela é família.
– Família? Ela é um androide, e a Glorie é 100% humana!
– Não seja tão literal Natália! Não precisa de saber tudo! Não confia em mim?
– Sabe que sim...
– Agora, só mesmo se lhe fizerem um exame exaustivo é que percebem que ela não é humana.
Assim que ela acordar... avise-me. Ela vai para casa comigo. Eu já estou fora da minha hora de serviço.
– A minha acabou há cinco minutos.
– Podes ir Natália.
– Se precisar, use o nanocom Dr.a Boavida...
Natália saiu.
Glorie sentou-se frente a NIA, sorriu e disse baixinho:
– A vida pode dar muitas voltas. Só que isto ultrapassa qualquer coisa que eu possa ter imaginado, Nini.!

Entretanto, a bordo do interceptores que aterrou no centro da cratera, dois piratas aproximam-se de uma cama onde estava o pirata que agrediu Lagrange.
– Meu palerma! Tivemos o Lagrange na mão...
– Os anormais que me salvaram deviam ter acabado o trabalho antes de me salvar. Obriga-os a limpar condutas de plasma magnético à mão.
– Já foram castigados... pelo próprio chefe.
– Sabes que não podes te exaltar! Porque não lhe deste simplesmente um tiro?
– Se eu pudesse tinha dado! Não estão a falar com um amador sabem?
– Sim, só com um palerma que teve um ataque cardíaco na altura errada..
– Como se houvesse uma certa...
– O chefe deseja-te as melhoras e mandou-nos voltar lá abaixo, desta vez para acabar de vez com esse (---censurado---)


(Continua)

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

As aventuras de Capitão Lagrange
Capítulo IV
Os Piratas
( Parte 5 )

Continua daqui. Pode ver um resumo da história até agora aqui.

Glorie apertou a mão de NIA e tentou comunicar com as nanites.
Embora caóticas as nanites começavam a organizar-se.
– As nanites dela são diferentes das nossas. Estão a combater as bactérias. Eu vou examinar os vestígios da violação.
– Mas ela é um andróide...
– Este andróide é um ser consciente e é família.
– Não é isso! É que eu nunca aprendi a tratar andróides...
– Esta, trata-se como se fosse um ser humano... NIA, vai ficar tudo bem. Não se preocupe.
Glorie largou a mão de NIA e foi buscar alguns instrumentos.
NIA fechou os olhos, e sairam-lhe algumas lágrimas.
Natália, viu aquilo impressionada. Sentou-se ao lado de NIA, e começou a tirar amostras de tecido organico de debaixo da unhas...
– Até unhas tu tens. Quem é que faz um andróide com unhas?

Entretanto, bem longe daqui, Laura, Hic, Tretus e o resto do grupo chegaram a uma outra cratera, mais pequena do que a cratera onde se tinham passado os últimos acontecimentos.
– Chegámos – Disse Laura.
– É outra cratera! – Observou Hic
– E também tem pegadas enormes por perto! - Disse Gonzalez, com uns binóculos
– É outra cratera de impacto provocada por um destroço da nave que se despenhou e gerou a nossa cratera. – Disse Laura
Desligaram os motores e todos saíram.
– Sigam-me.
Laura aproximou-se de uma rocha, e, à frente de todos, atravessou-a.
Jovian tocou com a mão na rocha.
– Parece rocha sólida..
Passados poucos segundos a rocha desapareceu.
Laura sai e diz:
– Campo de forças holográfico! Venham.
Entraram e Laura, pressionando numa tecla virtual na parede, fez o campo de forças reerguer-se.
Caminharam por uma gruta que descia em hélice.
– PéNaCov não sabe da existência deste lugar?
– Sim, sabe capitão Jovian, mas não se preocupe com isso, O senhor, o cabo Gonzalez e o senhor Hic Silva sabem que só estão cá por indicação do capitão Lagrange.
– Porque é que David Lagrange tem e pode conceder permissões especiais?– Perguntou Jovian
– É amigo da rainha. – Respondeu Tretus.
– Ah! Tem cunha! – Concluiu Gonzalez
– Ordens são ordens, e não as questiono. Os senhores, tendo servido numa frota imperial deviam saber disso. Mas se precisam mesmo de saber, o capitão é um grande homem..
– Isso não me diz nada. Vi a ficha dele. É um excelente oficial, mas, fora isso não vi nada de especial.
– Se me permites Laura, eu tenho uma resposta para o capitão Jovian
– Sim? – Perguntou Jovian.
– O que disse é falso. Lagrange foi o melhor piloto que saiu da academia astral do imperador Mat. Bateu os melhores em simulações holográficas. Só não foi posto ao comando de um destruidor porque foi insubordinado, e de castigo, posto a servir um cargueiro.
– Insubordinado, como?
– Bem, os registos oficiais a que tive acesso, diziam apenas que “foi insubordinado”. Os não oficiais, dizem que ele infiltrou-se no harém imperial e foi apanhado pelo próprio imperador.
– Custa a acreditar.. ele agora parece tão fixado na boneca. – Interrompeu Gonzalez
– Tiveste acesso a essa informação onde? És um civíl! É suposto eu acreditar em ti? Como o teu nome parece indicar, sem querer ofender,podes ser apenas um tretas! – respondeu Jovian
– Se ele fosse um tretas, não seria um dos homens de confiança da rainha. Nenhum de nós está aqui por acaso. Podíamos ter discutido isto ontem à noite, Lagrange estava connosco! Neste momento somos uma equipa, e temos mesmo de confiar uns nos outros! – disse-lhes Laura
Jovian calou-se.
– Isto parece mesmo tecnologia de Robótica – Disse Gonzalez, olhando para as paredes.
– É possível. Disseste que eles tinham um sistema de camuflagem sobre a cidade? O campo de forças holográfico deve usar a mesma tecnologia.
– Como foi que construiram isto sem dar nas vistas? – Perguntou Hic
– Não construímos. Já estava construído quando chegámos cá!

Entretanto, no hospital-destruidor, Lagrange estava a ser socorrido. Rui, Joaquim, chefe Ross e um enfermeiro estavam na sala
– Eu reconheço este homem! Esteve em coma no nosso destrua! Foi o paciente que desapareceu sem deixar rasto!
– Sim chefe Ross. É ele!
– Já estabilizámos tudo o que conseguimos. Parece ter levado uma sova valente. Ponham-no sob vigilância 26 horas por dia! Se ele voltar a acordar, quero ser eu a falar com ele.
– Sim senhor.
– E alguém que me descubra o que puder sobre as nanites que ele tem. Ninguém lhe dá antibióticos nem qualquer outra forma de combater as protanerabacteras até ordem em contrário! Vamos tratá-lo como se estas nanites não existissem!

(Continua)