segunda-feira, 18 de março de 2013

As aventuras de Capitão Lagrange
Capítulo IV
Os Piratas
( Parte 10 )

Continua daqui. Pode ver um resumo da história até agora aqui.

– Perdão?
– A foto que nos mostraram é de um Lagrange pelo menos dez anos mais velho do que o que conhecemos. Isso significa que é uma foto do Lagrange no futuro. Portanto, ele vai sobreviver a isto.
– Não me leve a mal mas eu prefiro ter a opinião de algum especialista em mecânica temporal sobre o assunto, e duvido que seja o senhor.
– Estou a ver. Parece-me estranho deixarem-nos conversar, mesmo que em voz baixa.
– Concordo. Não estão a fazer um grande trabalho a assustar-nos. Se não fossem os 3 corpos que temos ali na morgue, eu não os levaria a sério.
– Três corpos?
– Mataram publicamente três sobreviventes da Esperança na última tarde, enquanto faziam exigências.
– Então... qual é a ideia deles?
Um dos piratas aproximou-se deles e apontou a arma a PéNaCov.
– Eu sei quem és. Tu vens connosco.
– E se eu me recusar?
O pirata disparou a arma, destruindo a outra mão de PéNaCov, que começou a gritar de dor. Todos olharam.
Ross e Joaquim apressaram-se a socorrer Serguei.
– Felizmente estamos num hospital. Senhores doutores, volto daqui a meia hora, e esse homem vem connosco.
Longe dali, o pequeno grupo liderado por Laura chegou a uma grande caverna que mais parecia um armazém com o cruzador ao centro.
A nave tinha muitos vestígios e cicatrizes de batalhas. Nem se conseguia ver a sua matrícula.
– Aquilo ainda funciona? – Perguntou Jovian decepcionado.
– Há uma coisa que me anda a incomodar desde que falaste no cuzador... Precisamos de uma equipa especializada para o fazer voar e à excepção ali do capitão Jovian do cabo Gonzalez e talvez de ti, nenhum de nós sabe grande coisa sobre o funcionamento de uma nave. – Disse Tretus a Laura.
– Muitus, confia em mim.
À volta da nave estavam alguns contentores. Uns abertos, outros fechados, e nos abertos ainda viam-se componentes.
– Há comida por aqui? – Perguntou Hic.
– Existe um duplicador quântico no cruzador. – Respondeu Laura.
Todos começaram a olhar-se. Duplicadores quânticos eram domínio da ficção científica. E estavam na lista de tecnologia “proibida”, isto é, tecnologia que só poderia ser pesquisada ou utilizada com licença imperial e só em sítios autorizados, e era fácil compreender porquê. Um duplicador quântico era uma máquina que podia criar réplicas de qualquer coisa viva ou não viva existente.
– Um duplicador quântico? – Perguntou Jovian.
– Tal como o tele-transportador que estava na sua Arquimedes, foi encontrado lá em cima no campo de destroços.
– O que é que isso tem a ver com comida? – perguntou Hic
– Temos vários padrões de comida gravados na memória interna. Aquilo duplica comida.– Respondeu Laura.

Quando chegaram ao cruzador, a porta principal abriu-se.
Laura pediu aos companheiros que esperassem, e entrou. Passados alguns minutos saiu e pediu para entrarem
Ao entrarem, ouviram:
“Bem vindos ao cruzador Analítico. Sou o Januárius, a IAC desta nave..Peço que passem pelos scanners para serem identificados e autorizados a circular..”
Olharam uns para os outros e começaram a entrar.
Passaram pelos scanners, e identificaram-se ao Januárius. Depois foram levados ao mini-refeitório onde receberam uma refeição servida por avatares do Januárius.
– Comida feita no duplicador quântico? – Perguntou Gonzalez
“Sim”– Respondeu Januárius.
– Tens aqui muita tecnologia que nunca vi. Januárius, posso saber em que data entraste em serviço? – Perguntou Jovian.
“Fui activado em 2779 CO no hangar da lua NIA“
– NIA? Como a NIA do Capitão David Lagrange? – Perguntou Gonzalez.
“Sim.”
– Só “sim”? Eu quero mais informação!
“Lamento. Protocolo Tempus activado.”
– É o protocolo de protecção contra informação do futuro determinado pela rainha Hara.– Disse Tretus.
– Laura, esta IA tem acesso a informação do nosso futuro? – Continuou Tretus
– Sim, foi por isso a rainha proibiu o acesso de PéNaCov a ela – Respondeu Laura
– Pensei que todas as bases do futuro estivessem na Esperança – Disse Tretus.
– Era logisticamente impossível e insensato. A rainha preferiu manter esse mito, mantendo este local secreto e protegido. – Respondeu Laura
– A mim, o que continua a fazer confusão, é terem conseguido esconder uma nave! E a tripulação desta nave? O que lhe aconteceu?– Perguntou Jovian
– Nunca teve. Esta nave e completamente controlada pela sua IAC. Mesmo estes robots que vocês vêm aqui são avatares, extensões da IAC.– Respondeu Laura.
– Por falar em Lagrange...Há notícias dele? – Perguntou o segurança Dorn.
– A Jo ligou-me há algumas horas quando fizemos a pausa. Foi alvejado e levou uma sova. Uma enfermeira e uma desconhecida levaram-no. Os terroristas andam à procura dele e ameaçaram destruir toda a colónia se ele não for entregue em quatorze horas. Ainda faltam nove horas e alguns minutos.
– E só nos contas isso agora? – Pergunta Tretus.
– A missão tem de continuar.
– Mas agora, não temos nem NIA nem o David. Só ali o Gonzalez. – Respondeu Tretus.
– Eu já não contava com ele desde que decidiu voltar para trás. Mas não se preocupem. Ainda temos algumas cartas para jogar...

(continua)

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