quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Histórias do Universo 25
II - A frota fantasma
( Parte 2 de 4 )

Esteja à vontade e não peça desculpa. Esta deverá ser a missão mais invulgar das nossas carreiras. Começou já com um acontecimento insólito.
Obrigado senhor.
Reya abandonou o seu posto na ponte de comando e foi para a cabine de pesquisas.
Tinha sido recrutada para esta missão dois dias antes pelo chefe do centro imperial de pesquisas. Tal como muitos dos seus colegas, não era militar e nunca tinha servido o império numa nave militar.
Pelo caminho lembrou-se de algo e foi então, primeiro à sua cabine.
Ao chegar depara-se com um humano translucido a parado no ar e aparentemente a dormir.
Comunica à ponte de comando e sai a correr para a cabine de pesquisas.
Na ponte de comando, o subcomandante pede à equipa de seguranças que investigue as cabines do cruzador.
Pouco depois chega a informação, vinda do chefe de segurança:
Várias cabines à esquerda do corredor B, sentido alfa-omega têm humanos translúcidos, voltados de costas, a dormir no ar, cobertos em tecidos igualmente translúcidos.
O subcomandante ordena que a nave se desvie por forma a que a nave “saia do fenómeno”

Holo Sala de reuniões – ambiente virtual simulado a bordo do Destruidor “Fim do mundo”, DSTMAT21122012-PRT, 6h01m

Sentados à mesa estão versões virtuais de Patricia Asimov, de Reya Gahkov, de vários especialistas em várias áreas da ciência e tecnologia que trabalham na frota, e do subcomandante da frota..
Bom dia a todos. Estivemos a analisar os espectros de luz emitida pelas imagens humanas que têm nos aparecido nas naves da nossa frota e lá fora. A análise inicial revelou que a emissão está a vir do hiperespaço de um outro universo. – começou um homem que tinha, como identificação na bata, “Hamilton”
Uma perspicaz observação ali da menina Ruth Torres, deu-nos outra informação: muitos dos observados são pessoas que, de acordo com as nossas bases de dados, já faleceram. Foram identificadas pessoas de há quatro séculos, há dois e há um – prosseguiu – No caça ali da tenente Patrícia Asimov percebeu-se que eles também nos vêm. Na nave de batalha onde eu estou colocado, o comandante observou que as imagens humanas se distribuíam como se estivessem num interceptor invisível. Uma rápida análise dos dados que temos parece concordar com ele e sugerir que estamos a ocupar o mesmo hiperespaço que uma grande frota de interceptores e naves de batalha.
Resumindo, estamos no meio de uma frota fantasma, de fantasmas? – Perguntou o subcomandante.
Simplesmente apresentei os dados que temos. Não salte para conclusões.
Se eles conseguem ver-nos, podemos comunicar com eles.– Sugeriu Patrícia.
Sim, podemos, mas a nossa missão não é falar com fantasmas. Vamos registar o ocorrido e deixar essa missão para outra frota de investigação. – Ordenou o subcomandante.
Ao tirar o capacete virtual no seu caça, Patrícia vê que o caça está dentro de um interceptor fantasma. Não encontrando Andrea, vai às traseiras e encontra-a deitada no chão, inconsciente, e com um “fantasma” a apontar-lhe uma arma e a sorrir.
Patrícia tenta aproximar-se de Andrea para a socorrer, mas vê a arma apontada à sua cara.
Agora gostaria de saber o que tem o subcomandante a dizer disto!
No cruzador, Reya tira o capacete, e está na sala de pesquisas, rodeada pelos seus colegas, e vários fantasmas a apontar-lhes armas.
As armas deles causam estragos reais. – Disse um dos homens.
Na ponte de comando, passa-se algo semelhante quando o subcomandante tira o capacete.

(continua)

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