quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Histórias do Universo 25
I - O comandante que se apaixonou por uma inteligência artificial
( Parte 3 de 4 )

McNerd chamou o comandante, e pediu-lhe uma palavrinha em privado.
Entraram na sala de reuniões.
McNerd: Comandante, sei que serviu na aliança durante três anos e seis meses.
Lagrange:Sim, é verdade.
McNerd: Mas os relatórios das suas missões não se encontram disponíveis para mim.
Lagrange: É perfeitamente normal. Estive a trabalhar com os serviços secretos da aliança.
McNerd: Percebo. para além de si, só tenho mais um membro da tripulação suspeito, a sua amiga NIA. A ficha dela tem vários dado que eu sei serem falsos.
Lagrange: Alguma queixa sobre ela?
McNerd: Para ser mesmo honesto, muitos homens há volta dela distraem-se. Eu próprio quis saber onde ela andou a minha vida toda. Para meu espanto, o computador diz-me que ela foi minha colega de turma na...
Lagrange: Subcomandante, ela não é só minha amiga, é minha namorada. E os problemas na ficha dela têm bons motivos.
McNerd: Sua namorada?
Lagrange: Alguma coisa contra?
McNerd: Não senhor! Mas não pode dar-me alguma justificação para estes dados?
Lagrange: Já que vai servir comigo, vou partilhar consigo um segredo que espero que se mantenha segredo.
McNerd: Pode contar comigo senhor. Nada do que me contar sairá destas portas.
Lagrange: NIA é um androide.
McNerd: Um androide? Nunca vi um modelo daqueles.
Lagrange: Nem verá. Não são fabricados em nenhum sítio conhecido neste universo.
McNerd: Então de onde veio?
Lagrange: Da anomalia espacio-temporal onde perdi o meu cargueiro há quatro anos.
McNerd: Ela é mesmo sua namorada, ou é algum tipo de disfarce?
Lagrange: É mesmo minha namorada!
McNerd: Perdão senhor... Mas ela é um andróide!
Lagrange: Até eu lhe ter dito, o senhor nem suspeitava.
McNerd: Verdade... mas.
Lagrange: Não vou debater ética consigo. Apenas quero que mantenha sigilo e a deixe em paz.
McNerd: Sim senhor.
Lagrange: Promete-me?
McNerd: Sim senhor.
Lagrange: Para além de si, apenas pessoal qualificado da agência, o Imperador e Troy sabem. Agora que já sabe, há alguma questão?
McNerd: Agora que me contou, prefiro não fazer mais questões.
Lagrange: Óptimo. Limite-se a fazer o seu trabalho, traga-me apenas assuntos relacionados com as nossas missões, e problemas sérios com o pessoal, tal como lhe compete.
McNerd: Sim senhor.
McNerd saiu.
"Contei que és uma IA a McNerd" - disse David , via nanites, a NIA.
"Porquê?"- Perguntou NIA.
"O idiota que fez a tua ficha devia estar bêbado. De acordo com o que lá está foste colega do subcomandante McNerd."
"Estou a ver... Olha, não queria incomodar-te com isto, mas, há pouco eu e Ítaca passámos pela minha cabine. Alguém escreveu «Aberração» com um marcador vermelho no meu espelho."
"O quê?"
"Solo e Troy estão aqui comigo."
"Vou já para aí. Deixo McNerd ao comando."

"Obrigado David."
Lagrange entra na ponte de comando, pede a McNerd que fique ao comando e corre em direcção à cabine de NIA.
Entretanto,  à porta da cabine de NIA, Solo examinou a porta e o corredor. Depois, voltou para dentro da cabine.
Solo: A entrada não foi forçada. Existe uma câmara no corredor, mas a experiência diz-me que não devemos encontrar nada por lá.
NIA: Eu já disse ao David.
Troy: Nano-comunicações?
NIA: Nano-comunicações.
Nisto Lagrange chega à cabine e abraça NIA.
Lagrange: Solo, diz-me que já tens algo.
Solo: Espero que a câmara deste corredor tenha estado a funcionar. A porta não foi violada.
Lagrange: Com que objectivo fizeram isto? E o que é que querem dizer com "Aberração"?
NIA: Eu não sou humana. Supostamente  só nós os quatro... e o subcomandante McNerd é que sabemos disso. Por outro lado, McNerd está fora de suspeitas porque acabou de saber e ainda não desceu a este piso, Troy estava comigo e tal como Solo não sabia onde é a minha cabine.
Solo: E, eu estava na nossa cabine até Troy ter me pedido para cá vir.
Lagrange liga-se via nanites a McNerd.
"Subcomandante, preciso que me verifique as entradas na cabine B12 e recorrendo às câmaras do corredor B, confirme essas entradas"
"Que se passa comandante?"
"Algum anormal entrou na cabine de NIA."
"Vou já comandante... De acordo com o nosso registo, NIA esteve aí uma hora antes de sairmos do espaço porto e voltou aí há doze minutos, onde tem estado até agora. Não há outras entradas. As câmaras confirmam as entradas, e uma análise feita pela IA da nave mostra que mais ninguém entrou."
"Obrigado subcomandante. Mantenha-me informado".

Solo: Desculpa a estupidez da questão, mas tenho de fazê-la: NIA, não tens tecnologia que te permita ajudar-nos a identificar o autor?
NIA: Eu não consigo ligar-me à IA da nave...É como se eu estivesse infectada com...
NIA desmaiou nos braços de Lagrange.
Lagrange apertou NIA, e depois deitou-a na cama.
Troy: Nunca a tinha visto desmaiar.
Lagrange: Eu já. As nanites dela devem estar a fazer manutenção.
Lagrange aperta a mão de NIA, mas não obtém qualquer tipo de comunicação com as suas nanites.
Lagrange: Que raios?
Solo: Que se passa?
Lagrange: as nossas nanites não estão a comunicar. Troy, conta-me exactamente tudo o que fizeram até chegar cá.
Troy: estivemos na tua sala de reuniões alguns minutos, depois passamos no bar para tomar um chá, e depois ela queria mostrar-me a sua cabine..
Lagrange: Que tipo de chá?
Troy: Belatasca. Porquê?
Lagrange: Só me está a ocorrer uma coisa: Protanerabacter.
Troy: O que é isso? Alguma bactéria hostil a androides?
Lagrange: Troy,  vê se ainda consegues as chavenas onde tomaram o chá.. de preferência ainda sujas. Não tenhas problemas em usar qualquer sistema da nave nem de sacar dos teus galões. Eu vou chamar uma equipa médica.
Solo: Uma equipa médica? Ela é uma andróide.
Uma rápida análise feita pela equipa médica mostrou que o chá estava limpo, não continha bactérias estranhas.
Mas a análise à tinta do marcador mostrou uma estranha ionização nas moléculas...
Ao comunicador com a equipa médica, Lagrange tem uma surpreendente revelação:
Lagrange: Porque é que me está a falar dessa ionização?
Dra Wolzin: Porque é o tipo de ionização típico de teletransportadores.
Lagrange: Mas nós não temos teletransportadores aqui, nem há registo de uma nave por perto!
Dra Wolzin: Estou a dar-lhe factos, não estou a dar-lhe explicações comandante.
Solo ao ouvir falar de teletransportadores, olhou aterrorizado para Troy.
Troy: que se passa?
Solo: Sabes porque é que os teletransportadores foram banidos?
Troy: Por algum motivo técnico?
Solo: porque alguém inventou uma forma silenciosa de matar com eles: Bastava teletransportar partes dos corpos das vítimas para fora delas.
Troy: Bárbaros! Achas que...
Solo: David, precisamos mesmo de uma RA a NIA.
Lagrange permitiu o exame... que de facto mostrou vários "furos" internos em NIA.
Lagrange não consegui evitar e chorou, frente a toda a gente.
Entretanto o cruzador estava prestes a aterrar no Espaçoporto imperial de Ria.
McNerd, tendo sabido do acontecido, avisou as autoridades locais de que estavam a investigar um crime a bordo, e que para de fuga do criminoso por teletransportador iria manter os escudos ligados até a situação estar resolvida.

(continua)

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