terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Histórias do Universo 25
II - A frota fantasma
( Parte 4 de 4 )

Olhando para os dois “fantasmas” caídos, o comandante notou as armas de ambos. Abriu o cacifo e tirou uma das suas pistolas. Disparou para a perna de um deles e viu que fez dano. Respirou fundo, abriu a porta e correu para a sala de tecnologia.
Pelo caminho disparou a arma várias vezes atingindo vários “fantasmas”. Ao chegar à porta, esta abre-se automaticamente e ele entra.
Lá dentro, aproximou-se de um caixão de cristal com uma mulher no interior. Suspirou, como se estivesse aliviado.
Aproximou-se de um comunicador:e tentou comunicar a ponte, sem sucesso.
Talvez fosse possível transmitir uma mensagem para todos os comunicadores de toda a frota:
– A toda a tripulação armada livre. Fala-vos o comandante David Lagrange, a partir da sala de tecnologia do cruzador de comando.. Estas formas de vida que tomaram conta do cruzador podem ser atingidas com armas de luz e de radiação. No meu caminho para cá não encontrei nenhum dos nossos. Vou manter-me aqui dez minutos à espera de noticias e depois vou à ponte de comando.
Passaram-se os 10 minutos, mas o comandante não recebeu qualquer comunicação.
Na sala de pesquisas, Reya e seus colegas ouviram, mas tinham as armas apontadas às suas cabeças.
Três robots de manutenção, na sala das máquinas seguiam para o hipermotor quando a comunicação foi feita.
Os “fantasmas” deixaram-nos passar. Nesses 10 minutos, os robots desligaram o hipermotor. A frota saiu do hiperespaço, e os “fantasmas” desapareceram. Reya aproximou-se da porta, que se abriu. Espreitou... e não viu “fantasmas” em lado nenhum.
Os outros cientistas correram para os feridos caídos no chão.
Reya, atravessou o corredor e chegou à porta da sala de tecnologia, que não se abriu.
Olhou para a porta... e de repente vê a porta abrir-se e o comandante a apontar-lhe uma arma. Vendo que não era uma fantasma, baixa a arma e pede-lhe que entre.
– Pensei que já tinha saído para a ponte.
– Não chegou ninguém, nem recebi comunicações.
Reya entrou e viu o caixão de cristal.,
Contou ao comandante o que sabia, e o que tinha aprendido nas reuniões na holosala.
Pouco depois, o comandante recebeu uma nanocom do comandante McNerd.
Passada uma hora, todos os sistemas de comunicações entre as naves estavam recuperados.
O comandante convocou uma reunião em ambiente virtual, na holosala com todos os comandantes, subcomandantes e possíveis peritos em “fantasmas” da frota.
Andrea Asimov e muitos dos atingidos foram hospitalizados nas instalações médicas do destruidor.

Holo Sala de reuniões – ambiente virtual simulado a bordo do Destruidor “Fim do mundo”, DSTMAT21122012-PRT, 9h10m
Saúdo-vos a todos. Convoquei esta reunião para termos uma melhor noção do que se passou, de quem são estes “fantasmas” , porque nos atacaram. Vou começar por passar a palavra ao doutor Jack Hamilton, perito em Geometria-Física Transuniversal.
– Bom dia, a todos, dentro do possível. Os dados disponíveis mostram-nos que estes “fantasmas” estavam a ser projectados a partir da região do hiperespaço onde estavam, para a nosaa..e vice versa. Não haviam naves recentes, eram todos modelos antigos.. Pela nossa base de dados, foram reconhecidos vários fantasmas: Eram vários membros de impérios que já não existem, e muitos deles, sabemos que faleceram em batalhas no passado. Sei que estão a comportar-se como seres transdimensionais, mas não sei como é que isso é possível. Sabendo que se comportam como seres transdimensionais, estão neste momento a ser adicionados protocolos de protecção nos nossos motores geradores de hiperespaço. Em princípio, não devemos voltar a cruzar-nos com esta frota.
– Obrigado doutor.
Os nossos seguranças de toda a frota estão a estudar a forma como fomos dominados e a estudar uma forma de estarmos preparados para situações futuras.
– Desculpe lá Lagrange. Toda a frota viu-o a desancar cerca de trinta fantasmas sem sofrer um arranhão. Só precisamos do seu segredo. – Interropeu Dersh Shock, comandante do interceptor.
– Eu tenho umas nanites imperiais exclusivas. Não foram fabricadas neste universo, e de momento não são reproduzíveis, portanto, vamos deixar as equipas de segurança fazerem o seu trabalho
– Já agora, como saímos do hiperespaço?
– Comandante Shock, aqui o doutor Lagrange e mais dois dos nossos homens ligaram-se virtualmente a robots de manutenção da minha nave e usaram-nos para fazer colapsar o campo hiperespacial..
– E porque fomos atacados por esta “frota fantasma”? – Perguntou uma voz lá ao fundo.
– Aí está uma pergunta que ainda não tem resposta.
– Eu já viajo em frotas imperiais há trinta anos e nunca vi algo semelhante. É possível que esteja relacionado com a nossa missão? – Perguntou o subcomandante Jin Stewart, da nave de Batalha.
Não creio, mas não vamos ignorar essa hipótese. Mais alguma questão? Não?
Obrigado pelo vosso tempo. Estão neste momento a receber nas vossas naves, toda informação que temos sobre este episódio.

Minutos depois, o Comandante Lagrange, na sua cabine, tira o capacete virtual, guarda-o e sai.
Á sua espera, estava Reya.
– Desculpe a pergunta comandante... Suponho que a mulher na caixa de cristal não seja a Branca de Neve.
– O nome dela é NIA.
– Eu sei, fui informada. Neste momento, estão 131 pessoas na enfermaria do destruidor. Ela vale tudo isso? Podiam ter sido 131 mortos.
– Mas não foram.
– Comandante... sem querer faltar-lhe ao respeito. Aceita almoçar com uma mulher de carne e osso?
– Hoje não. Guarde o convite para outro dia.
O comandante afastou-se.
Reya voltou ao centro de pesquisas.
Sentou-se, e perguntou em voz bem alta:
– A relação do comandante com a Branca de neve, é só atracção física certo?
Os colegas olham uns para os outros.
Uma hora depois, toda a frota voltou ao hiperespaço

Noutro ponto , bem longe dali, a frota fantasma sai do hiperespaço, para o espaço normal.


Voltaremos a encontrá-la?

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